Os CRI/ CRA ou Certificado de Recebíveis Imobiliários e Certificados de Recebíveis do Agronegócio são títulos privados emitidos por empresas que tem como características:
– Não possuírem cobertura do FGC;
– Terem isenção de Imposto de Renda; e
– Terem isenção de IOF.
Detalhes sobre a cobertura do FGC está em uma aula em que é abordado o funcionamento desse mecanismo para todas as aplicações financeiras de renda fixa.
Detalhes sobre taxas e impostos também está toda detalhada em aula para tratar só da incidência de taxas e impostos nessas mesmas aplicações financeiras.
Os CRI ajudam a financiar o mercado imobiliário por meio da antecipação de créditos do setor. Funciona da seguinte forma: geralmente uma construtora que tem um empreendimento imobiliário, como um condomínio, vende as unidades que ainda estão em construção.
Essa empresa, em vez de esperar o pagamento dessas parcelas em sua totalidade, se antecipa e contrata uma securitizadora, companhia responsável por transformar essas dívidas em títulos de crédito, nos quais você pode aplicar. Com isso, a construtora receberá dinheiro a partir disso, sem ter que esperar as parcelas.
Quanto aos CRA Esse crédito é emitido por empresas de sociedade anônima (securitizadoras). O investimento tem como objetivo captar recursos para o agronegócio, tanto para pessoas físicas ou jurídicas, que usam esse dinheiro para comprar máquinas, construir silos, dentre outras coisas.
Transformando tudo isso em termos práticos, ao comprar CRI/CRA emitido por uma empresa e distribuído por um banco ou corretora, você recebe juros por isso.
Quais são os indexadores do CRI/ CRA e como eles determinam a rentabilidade?
A rentabilidade do CRI/CRA estão atrelados a 3 indexadores: CDI, IPCA e prefixados.
Atrelados ao CDI
Os atrelados ao CDI tem a sua rentabilidade definida de acordo com a variação dessa taxa, assim se o CDI (que acompanha a taxa SELIC) subir a rentabilidade do CRI/CRA sobre e vice- versa, se cair, a rentabilidade do CRI/CRA cai.
É por isso que a rentabilidade do CRI/CRA quando atrelada ao CDI é expresso da seguinte forma: “120% DO CDI” ou então “100% do CDI”. Isso significa que se por exemplo o CDI for de 10% e determinado CDB render 90% do CDI ele está rendendo em termos brutos 9%.
Atrelados ao IPCA
Os CRI/CRA atrelados ao IPCA, tem por sua vez a rentabilidade definida pela variação desse indicado acrescido de um valor fixo. Assim, você pode comprar por exemplo um CRI/CRA pagando IPCA + 4,5%, isso significa que se o IPCA for de 4,23% significa que o CRI/CRA está pagando 4,23% + 4,5% dando um total de 8,73%. Esse valor final vai variando mês a mês conforme o IPCA vai variando.
Prefixados
Por fim, nos CRI/CRA prefixados você acordará no momento da compra deste título o valor da rentabilidade do início ao fim, sem variação nenhuma, independente de CDI ou IPCA (inflação) oscilando para cima ou para baixo, o percentual de juros recebidos será sempre o mesmo durante todo o período do contrato.
Cuidado ao comparar a rentabilidade de um CRI/CRA com outros ativos de renda fixa
Lembre-se de descontar o Imposto de renda toda a vez que você comparar a rentabilidade de uma CRI/CRA com outros ativos de renda fixa, caso contrário você pode comparar a rentabilidade final desse CRI/CRA com um CDB por exemplo e ao ver a rentabilidade maior do CDB pode achar que ele é mais rentável.
Isso pode ser verdade ou não, antes você precisa descontar o IR do CDB para só após comparar as rentabilidades.
Por exemplo, uma CRI/CRA com rentabilidade de 90% do CDI e com resgate em um período superior a 720 dias, equivale a rentabilidade aproximada de um CDB que está rendendo 106% do CDI já que para esse período o IR sobre o CDB é de 15% e após o desconto do IR a rentabilidade de ambas aplicações financeiras será a mesma.
Então você sempre deve subtrair a incidência de IR da rentabilidade total de outros ativos de renda fixa para comparar com uma CRI/CRA corretamente.
Qual é a liquidez de um CRI/CRA?
Por serem investimentos mais longos, os CRI/ CRA normalmente têm prazos de vencimento muito maiores do que os outros títulos privados de renda fixa.
Como não é permitido o resgate antecipado, a liquidez ocorre somente no vencimento.
Se o investidor precisar de recursos antes do prazo, é preciso que haja uma contraparte interessada na compra do ativo no mercado secundário, ficando sujeito ao cenário de mercado no momento da venda, que pode diferir daquilo que foi contratado. Além disso, a venda deve ser feita via um intermediário, como um assessor de investimentos.
Qual é o valor mínimo para investir em um CRI/CRA?
Não existe um valor mínimo aplicado aos investimentos em CRI/CRA. Embora boa parte das emissões sejam de títulos que variam de R$ 5 mil a R$ 20 mil, há ainda alternativas mais acessíveis.
Isso quer dizer que com apenas R$ 1 mil, por exemplo, já é possível investir em um CRI/CRA.
Quais são os riscos do CRI/CRA?
Como os CRI/CRA são emitidos por empresas e não por instituições financeiras, eles não possuem cobertura do FGC.
No caso dos CRI/ CRA, o risco de calote não diz respeito à quebra da securitizadora emissora do papel, mas sim de os devedores dos financiamentos imobiliários não pagarem as dívidas.
Quer ter um conforto maior em relação aos investimentos em um CRI/CRA?. Verifique a classificação dada pelas agências de rating e avalie qual investimento oferece a melhor relação risco-retorno.