É normal que ao migrar da Renda Fixa para a Renda variável como ações da bolsa por exemplo, você procure por segurança. Isso é super normal, já que você ainda não conhece direito esse mercado e não quer comprar ações muito voláteis ou que tragam muitos riscos ao seu patrimônio

Nesse sentido é muito comum que você se depare com uma classe de ativos específica chamada de ETF ou Exchange Traded Fund.

O que é o ETF ?

O ETF é basicamente um fundo de investimento que replica os índices existentes no mercado financeiro, por isso eles também são chamados de “fundos de índice”.  Esse apelido “fundos de índice” revela justamente a finalidade deste tipo de fundo.

Por exemplo, você já deve ter ouvido falar do Índice Ibovespa, esse índice é como se fosse uma cesta imaginária que reúne as principais ações das empresas listadas na Bolsa que que replica a média de rendimento de todas elas.

Já pensou se tivesse um instrumento financeiro capaz de replicar o Ibovespa? O ETF é o ativo que faz justamente isso.

Ou seja, se você aplicar o seu dinheiro em um ETF que replica o Ibovespa, como por exemplo o BOVA11, a sua rentabilidade será a variação do índice. Para ficar ainda mais claro, vamos a um exemplo bem simples:

Imagine que você tenha aplicado R$ 10.000 nesse ETF no início do ano e que na data de aplicação o Ibovespa estava a 100.000 pontos e que ao final desse mesmo ano o índice indicasse 115.000 pontos, dessa forma o índice Ibovespa teria subido 15%.  Ao investir nesse ETF BOVA11 portanto, você estaria ganhando de forma bruta esses 15% ou R$ 1.500,00.

Digo de forma bruta porque após a venda do ETF ainda tem que ser descontado taxas e impostos a fim de ser chegar a renda líquida final.

Qual é a vantagem de se investir em um ETF

Facilidade para investir

Ao passo que com ações você precisará traçar estratégias, estudar uma área específica, e se aprofundar no conhecimento de uma determinada empresa, com ETF você realizar um estudo mais macro (isso não significa superficial) do momento econômico do país.

Se juros e inflação estão em quedas bem como o dólar também, criando um ambiente favorável para a expansão das empresas listadas em bolsa e consequentemente a tendência de alta da mesma, você poderá comprar por exemplo um ETF de BOVA11 já que as ações do Ibovespa são favorecidas pela queda desses indicadores econômicos e vice- versa, com o ambiente não favorável você poderá se desfazer desse ETF.

Intervalo de tempo para liquidação do investimento

Muitos investidores optam por investir através de fundos de investimentos ao em vez de investir diretamente em ações como pessoa física, seja por ser um investidor iniciante, seja porque não tem tempo de acompanhar o mercado de perto.

Apesar de todas as vantagens que um fundo de investimentos apresenta, a grande maioria deles apresenta uma desvantagem também. Quase todos os fundos possuem um tempo de liquidação bem dilatado após ordem de venda.

A maioria possui tempo de cotização de D + 30 e de liquidação de D +2. Isso significa que quando você solicitar o resgate do capital investido no fundo, o dinheiro resgatado só estará na sua conta depois desses 32 dias.

Aqui vale um alerta importante: suponhamos que quando você solicitou o resgate desse fundo ele estivesse apresentando uma rentabilidade de 30% e no dia em que efetivamente o resgate (cotização) se efetivou 30 dias depois, a rentabilidade fosse de 20% (o índice oscilou 10% para baixo nesse intervalo de tempo), são esses 20% que você bota no bolso, depois é claro, de descontar ainda taxas e impostos.

Agora vamos onde eu quero chegar: não há esse tempo de cotização para o caso do ETF, você o vende pelo preço da ordem de venda e a cotização é imediata com a liquidação sendo de D + 2, ou seja, 2 dias depois de solicitar o resgate o seu dinheiro está na sua conta.

Veja que vantagem, o ETF cumpre a mesma finalidade de um fundo de investimentos (lógico que com uma “gestão” passiva, porque aqui você não escolhe as ações, ele apenas acompanha a variação do índice em questão) só que sem o risco de devolver toda a rentabilidade adquirida até então por não saber como vai estar o mercado no intervalo de tempo entre a data da ordem de venda e a data em que a venda realmente se efetivar (cotização).

Baixo investimento mínimo

De fato, o investimento em ETF pode ser considerado acessível e com um valor de aporte mínimo baixo. Depois da mudança comunicada na B3 os ETFs são vendidos por lote-padrão de apenas 1 unidade.

Quais são as taxas e impostos sobre um ETF

Taxa de Administração

Assim como os fundos de investimentos habituais, as gestoras que compõem a cesta de ativos em um ETF cobram por essa gestão. É a chamada Taxa de Administração. Mas, apesar de ser considerada uma desvantagem por implicar em um custo para o investidor, a porcentagem da taxa de administração de um ETF é baixa.

Enquanto a maioria dos fundos hoje cobram de 1,5% a 2,5% de taxa de administração anualmente, nos ETFs essa taxa não passa de 1%. A cobrança já está embutida no preço do ativo, não sendo paga diretamente pelo investidor.

Imposto de Renda

Embora os ETFs tenham diversas vantagens em relação ao mercado acionário, há uma desvantagem clara: a cobrança de Imposto de Renda (IR) sobre os lucros. A venda de ações realizada em um mês, no valor de até R$ 20 mil é isenta da cobrança de IR. E isso não ocorre com os ETFs.

Quais são os principais tipos de ETFs negociados na Bolsa

Ok, você já sabe tudo sobre ETF, agora vamos conhecer quais são os ETFs existentes e listados na nossa bolsa de valores. É importante ter em mente os principais deles, pois cada um se adequa a cada tipo de investidor. Citaremos a seguir os índices e códigos correspondentes aos seus respectivos ETFs.

ETF que replica o Ibovespa

Assim como já mencionamos, há na B3, a Bolsa de Valores do Brasil, alguns ETFs que replicam o índice Ibovespa. Com esse ativo, o investidor tem a chance de acompanhar o desempenho da carteira teórica formada pelas ações com maior volume de negociação da B3.

A seguir, os principais ETFs que replicam o Ibovespa, mudando apenas o gestor que está entre parênteses ao lado do ETF:

– BOVA11 (BlackRock);

– BOVV11 (Itaú);

– BOVB11 (Bradesco); e

– BOVX11 (XP Asset).

ETF que replica os índices de Renda Fixa

Os ETFs também contemplam o mercado de renda fixa. É uma estratégia mais recente dos gestores para atrair cada vez mais o público conservador. Na Bolsa brasileira, é possível encontrar quatro ETFs de Renda Fixa.

– IMAB11 (Itaú)

Esse ETF é uma seleção de títulos variados do Tesouro IPCA+, acompanhando o IMA-B, índice da Anbima que faz a média de desempenho desse tipo específico de título público.

– IB5M11 (Itaú)

Esse ETF acompanha o IMA-B5+, específico para os vencimentos mais longos do IPCA+, isto é, de cinco anos ou mais.

– IRFM11 (Itaú)

Esse ETF também é destinado ao Tesouro Direto, porém acompanha os títulos prefixados. O índice correspondente é o IRF-M P2, calculado pela ANBIMA, composto por títulos do Tesouro prefixados, partindo de 3 anos ou mais de vencimento.

– FIXA11 (Mirae Asset)

Acompanha o desempenho de uma carteira composta por aplicações de renda fixa prefixadas seguindo o índice Standard & Poor’s (S&P) B3, refletindo o rendimento dos juros projetados pelo mercado para os próximos três anos.

ETF que replica as Small Caps

Existe também um ETF que replica o desempenho das ações com baixo volume de negócio na Bolsa de Valores brasileira.

– SMAL11 (BlackRock)

Esse ETF é bastante interessante já que as Small Caps (empresas menores) costumam ser mais voláteis que as Blue Chips (empresas maiores), isso significa que normalmente elas sobem mais nas altas da bolsa e caem mais na baixa da mesma.

Para que estuda nosso mercado de capitais mais a fundo e consegue identificar esse momento em que a bolsa está barata é uma boa oportunidade comprar esse ETF nesses momentos pelo potencial de valorização maior nas altas.

ETF que replica o Índice S&P 500

Esses ETF tem como referência o índice S&P 500, formado pelas 500 maiores ações dos Estados Unidos e é uma boa opção para quem quer se expor a ativos internacionais.

– IVVB11 (BlackRock)

Esse ETF tem como referência o índice S&P 500, formado pelas 500 maiores ações dos Estados Unidos. É uma boa opção para quem quer se expor a ativos internacionais.

– SPXI11 (ITAÚ)

Esse ETF também busca replicar o desempenho do índice internacional S&P 500.

ETF que replica a variação das Criptomoedas

Destes de 2008 há um ETF que replica o índice que acompanha o desempenho das criptomoedas. A grande vantagem aqui é que ao passo que para você investir em uma criptomoeda específica você precisa se cadastrar em um determinado tipo de corretora aqui você pode investir através de sua corretora padrão no mesmo ambiente virtual dos seus outros investimentos de forma centralizada.

– HASH11

O HASH11 é um ETF de criptomoedas que levantou R$ 600 milhões em sua estreia na B3 em 26 de abril de 2021 e rapidamente ocupou as melhores posições entre os ETFs mais negociados da Bolsa,  atrás apenas de alternativas mais conhecidas como BOVA11 e SMAL11.

Qual é o passo a passo para se investir em um ETF

Você já entende o que é ETF, então agora é hora de colocar a mão na massa e fazer esse investimento. Acompanhe:

1° Passo

Antes de tudo, você deve ter uma conta em uma corretora.

2° Passo

Feito o cadastro, você deve fazer uma transferência de dinheiro de sua conta bancária para a conta na plataforma de investimentos. Como estamos investindo no ETF, acesse o Home Broker, o mesmo que você utiliza para negociar ações.

3° Passo

Digite no seu Home Broker o código que corresponde ao ETF em que você quer investir, por exemplo: BOVA11 (você já viu aqui acima os outros existentes) e depois, aperte em comprar.

4° Passo

Note que aparecerá uma pequena tela com o ativo que você escolheu.
Nessa tela, preencha a quantidade desejada.

5° Passo

Terminando esses passos, aparecerá o valor final do seu investimento.
Em seguida, é só inserir a sua assinatura eletrônica e clicar em “Enviar Ordem”. Pronto, agora você é um investidor de um ETF.

Como usar o ETF em sua carteira de investimentos?

Nesse sentido, os ETFs são ótimas alternativas para quem busca diversificação da sua carteira. Digamos que você investia somente em renda fixa, de forma conservadora e obtendo lucros previsíveis, e agora quer arriscar um pouco mais para potencialmente elevar os seus ganhos. Os ETFs são válidos nesses casos.

Use os ETFs na sua carteira como aquela pequena tomada de risco que irá garantir a você maior exposição em ações na Bolsa, porém de uma forma que não agrida o seu perfil de investidor.