Como utilizar o momento econômico ao seu favor nos investimentos

  Como funciona a correlação entre investimentos Uma coisa que sabemos sobre investimentos em renda fixa e Bolsa de Valores é que eles são investimentos bem descorrelacionados. E o que, que isso significa? Correlação é um conceito estatístico que, em expressão livre, mede o nível de semelhança entre duas coisas….confira completo logo abaixo

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Como utilizar o momento econômico ao seu favor nos investimentos

 

Como funciona a correlação entre investimentos

Uma coisa que sabemos sobre investimentos em renda fixa e Bolsa de Valores é que eles são investimentos bem descorrelacionados. E o que, que isso significa?

Correlação é um conceito estatístico que, em expressão livre, mede o nível de semelhança entre duas coisas.

No contexto de investimentos, quanto mais correlacionados dois ativos são, mais seus retornos se assemelham. Esta medida vai de -1 a +1 e quanto mais próxima dos extremos, mais correlacionados são os ativos.

Uma correlação positiva indica que os dois ativos tendem a se movimentar para cima e para baixo juntos. Por exemplo, as ações Petr3 e Petr4 já apresentaram em determinado momento correlação 0,99. Esta altíssima correlação é explicável, pois ambos os papéis representam ações da mesma empresa.

Uma correlação negativa, por sua vez, indica que, via de regra, quando um ativo sobe, o outro desce. Por exemplo, Ibovespa e dólar apresentam correlação -0,58, isso sugere que uma alta da bolsa pressiona o dólar para baixo e vice- versa (efeito já muito bem conhecido pelo mercado).

 

Correlação entre a bolsa de valores e a renda fixa

Assim, em um outro exemplo, quando está atrativo investir em Títulos Públicos e outros ativos de renda fixa provavelmente não estará atrativo investir na bolsa. E quando está atrativo investir na bolsa, muito provavelmente não estará atrativo investir em Títulos Públicos.

Isso ocorre porque os Títulos Públicos estão indexados a 2 indicadores econômicos, a taxa Selic que representa o Juros da economia e a o IPCA que representa a nossa inflação. Juros e inflações altas desestimulam investimentos em empresas.

Quando o Banco Central sobe a taxa Selic, ou seja, os juros da economia, os financiamentos ficam mais caros e isso desestimula o consumo das famílias e o investimento das empresas.

Tudo porque a Selic é utilizada pelos bancos como um parâmetro. A partir dela, as instituições financeiras definem quanto vão cobrar por empréstimos às pessoas e às empresas.

Assim, se está mais caro às empresas pegarem empréstimos para investir nelas mesmo, por que ao em vez de fazer isso ela não aloca recursos em investimentos de renda fixa atrelados ao CDI (que por sua vez está atrelado a Selic) ganhando altos rendimentos sem custos e com segurança?.

Dessa forma, ao deixarem de investir em si mesmas, as empresas costumam estagnar ou passam a crescer pouco, prejudicando o seu valor de mercado e consequentemente contribuindo para sua queda ou estagnação na bolsa.

O inverso também é verdadeiro. Quando o governo começa a recuar sua taxa Selic, ou seja, a taxa de juros da economia, deixa de ser atrativo as empresas alocarem recursos em investimentos atrelados ao CDI, ao mesmo tempo em que se torna mais barato tomar empréstimos para que ela volte a investir no seu próprio crescimento, fazendo com que com o tempo elas voltem a crescer e ganhar valor de mercado, atraindo investidores e fazendo com que ela se valorize na bolsa.

Assim, quando investimentos em Títulos Públicos e em outras renda fixa estão atraentes e pagando boas taxas, provavelmente não é um bom momento para se investir em bolsa e vice –versa.

 

Não existe melhor ou pior, “surfe” o momento econômico do país

Independentemente do seu perfil de investidor, é importante saber “surfar a economia”, sem se apaixonar por uma classe de investimentos específica, abandonando mantras do tipo: “sou conservador e não tenho pressa, por isso invisto tudo em renda fixa” ou então “sou arrojado e tenha tolerância alta a riscos, além disso quero construir fortuna rapidamente então vou aplicar tudo em bolsa”.

Aproveite as oportunidades, não deixe todo o seu capital em uma classe de investimentos ou outra.

Por vezes você pode aumentar sua exposição em títulos públicos e em outros ativos de renda fixa e por vezes você pode aumentar sua exposição em bolsa ou outros ativos de renda variável. Entenda quando migrar de um tipo de investimento para o outro conforme o momento econômico do país.

Basta que para isso você sempre mantenha dinheiro em caixa! (Tesouro Selic, lembra?), isso permite que quando houver um queda expressiva na bolsa você compre mais ações porque elas ficaram mais baratas ou então que você aloque mais capital  em um Tesouro prefixado quando a Taxa Selic e a inflação estiverem altos.