Vamos viajar duas vezes no tempo, a primeira, para a década de 1920 quando este magnífico livro foi escrito, apresentando ideias as quais poderíamos facilmente dizer que foram escritos ontem mesmo, e a segunda, para a milhares de anos atrás na antiga e rica babilônia, para apresentar Arkad, personagem de o homem mais rico da babilônia.

Um arqueólogo realizando escavações na região da Mesopotâmia, encontra 5 tabuinhas de argila contendo relatos que chegaram preservados até os dias de hoje, cujo as escritas, relatam a história de um homem que enfrentava problemas para pagar suas dívidas.

A partir dessas tabuinhas, o autor George Clason reconstrói uma história surpreendente, e eu digo surpreendente porque é incrível como a milhares de anos atrás, os homens passavam por certos tipos de dificuldades com as quais muitas pessoas passam até os dias de hoje.

Arkad, nosso personagem principal, era um simples e humilde escriba que se torna o homem mais rico de sua época. Ao atingir tal feito, é convidado pelo grande rei da Babilônia a ensinar sua arte de enriquecer para todos o povo, uma vez que o rei queria ver a grande babilônia se tornar o lugar mais próspero da terra.

Para tal missão, Arkad explica que o ouro é regido por regras simples que ele chama de “as 5 regras do ouro”. Através de registros históricos, essas regrinhas chegam até os dias de hoje e apresentam soluções sábias para a falta de dinheiro:

– O não desperdício de recursos durante tempos de opulência.

– A busca de conhecimento e informação em vez de apenas lucro.

– A construção de uma renda para o futuro.

– O pagamento de suas dívidas.

– E a manutenção das próprias aptidões a fim de que elas o levem sempre mais longe.

O homem mais rico da babilônia com certeza é um livro básico e essencial de educação financeira.

O livro gira em torno das 7 soluções para a falta de dinheiro e das 5 regras do ouro. Vamos apresentar cada uma delas.

Primeira Solução – Comece a fazer seu dinheiro crescer

“Para cada dez moedas que colocarem em suas bolsas, não retirem para uso próprio mais do que nove”.

“Qual pode ser o maior anseio de vocês? A satisfação dos desejos de cada dia, uma jóia, um adorno, melhores roupas, mais comida? Coisas que rapidamente se vão e são esquecidas?. Ou, pelo contrário, sonhariam com bens mais estáveis (ouro, terras, rebanhos, mercadorias), investimentos que trazem bons lucros? As moedas que vocês usam no dia a dia concedem aqueles primeiros desejos. As que vocês guardam, os segundos”.

Ou seja, devemos usar 90% dos nossos rendimentos com despesas essenciais e que fazem parte do nosso dia-a-dia, e 10% para que possamos conquistar nossos objetivos maiores de vida.

Segunda Solução – Controlem seus gastos

 “Na verdade, todos os homens tem mais desejos do que podem satisfazer”.

O que costumamos chamar de despesas necessárias sempre crescerá para tornar-se igual a nossos rendimentos, a menos que façamos alguma coisa para inverter essa tendência.

Examinem cuidadosamente seu modo habitual de viver. Tenho absoluta certeza de que se defrontarão com alguns gastos que podem ser tranquilamente reduzidos ou eliminados.

Façam um orçamento para as despesas imprescindíveis. Não toquem naquele décimo que está engordando sua bolsa. Encarem o crescimento de suas economias com um belo propósito de vida.”

Devemos ter uma forte motivação, que nos gere força de vontade para poupar aqueles 10%. Nas nossas vidas, todos temos gastos que não são fundamentais e que podemos cortar, muitas pessoas de tempos em tempo fazem um revisão de seus gastos pessoais:

Seja reduzindo planos de telefonia que estão além das suas necessidades, diminuindo a quantidade de vezes por mês a que vão a restaurantes, vendendo para brechós suas roupas que não usam mais, procurando meios de diminuir o consumo de energia elétrica em casa ou procurando por supermercados mais baratos, se você examinar minuciosamente a sua vida, vai achar por gastos que podem ser reduzidos e que te ajudarão a poupar os 10%.

Além disso, essa revisão do orçamento tem que ser periódica, uma vez que nos acostumamos a aumentar nossos gastos lentamente e sem perceber, quando nos damos conta, eles já estão tomando conta das nossas economias.

Terceira solução – Multipliquem seus rendimentos

“Devemos agora considerar os meios para pôr esse tesouro para trabalhar e crescer. Ter dinheiro guardado é gratificante e pode alegrar uma alma avarenta, mas isso não leva a nada. A quantia que podemos separar de nossas diversas fontes de remuneração não passa de um começo. Seus ganhos, sim, é que construirão nossas fortunas”.

O livro mostra como Arkad multiplicou seu dinheiro, mas todas dizem respeito a sua época. Transportando para os dias atuais, precisamos investir nossas economias, separadas através daqueles 10% juntados todos os meses, em negócios que nos geram renda, seja sozinho ou em sociedade com alguém que esteja gerindo um bom negócio.

Outro caminho para essa geração de fluxo de dinheiro é a construção de uma renda passiva. Hoje, para quem não tem tempo ou vontade de gerir e tocar o próprio negócio, existem várias aplicações financeiras públicas ou privadas que rendem valores razoáveis e até com segurança que rendem consideravelmente mais que a poupança.

Quarta solução – Proteja seu tesouro contra a perda

“O primeiro princípio saudável de um investimento é a segurança do capital aplicado, ou seja, o principal. É prudente cobiçar altos ganhos quando o principal corre perigo?, Claro que não. O castigo pelo risco é a provável perda. Estudem cuidadosamente, antes de fazerem uso de seu tesouro, cada promessa de que ele possa ser recuperado com segurança. Não se deixem enganar pelo romântico desejo de fazer fortuna rapidamente”.

Para esta solução, podemos trazer um ensinamento do mercado financeiro, os lucros costumam ser inversamente proporcionais a segurança dos investimentos. Assim, podemos concluir que quanto menores forem os lucros, mais seguros são aqueles investimento, e  quanto maiores forem as possibilidades de lucro e retorno, mais riscos embutidos existem.

Assim, a fim de proteger nosso dinheiro ao mesmo tempo em que enriquecemos, devemos manter a maior parte do nosso dinheiro em empreendimentos que gerem pouco, mas que são sólidos e seguros, separar uma parcela para aqueles investimentos que geram rendimentos razoáveis com certa exposição ao risco e uma pequena parcela que não nos trarão dores de cabeça para investimento arriscados e agressivos, mas que podem nos trazer altos rendimentos.

Quinta solução – Façam do lar um investimento lucrativo

Aqui, devemos respeitar a particularidade da época em que o livro foi escrito, a década de 20 do século passado. Pode ser que por motivos diversos, naquele período fosse vantajoso para quem estivesse construindo seu patrimônio construir ou adquirir um imóvel ao em vez de alugar.

Nos dias atuais, já se ficou comprovado por muitos cálculos que isso não vem ao caso quando pensamos em termos financeiros e racionais. Mas como é um assunto mais extenso, deixaremos isso como tema de um outro bate-papo.

Sexta solução – Assegurem uma renda para o futuro

“Com certeza, quando um pagamento tão pequeno, feito com regularidade, produz resultados tão lucrativos, só podemos concluir que nenhum homem pode deixar de assegurar um tesouro para sua velhice e a proteção da família, não importa quão prósperos venham se mostrando seus negócios e investimentos”.

Ao longo da vida, devemos poupar durante nosso tempo produtivo, para que possamos usufruir após a aposentadoria quando não estaremos mais em idade produtiva e que nossos salários ou provimentos não serão mais os mesmos dos dias atuais. Seja através de previdências ou de outras aplicações financeiras, devemos nos preocupar em guardar para o momento em que não trabalharmos mais.

Sétima solução – Aumente sua capacidade para ganhar

“A proporção que um homem aperfeiçoa-se em seu ofício, sua capacidade para ganhar dinheiro também cresce”.

“Quanto mais conhecimento adquirirmos, mais poderemos ganhar. O homem que busca aprender sempre mais sobre sua profissão será ricamente recompensado. Se é um artesão, deve informar-se sobre os métodos e ferramentas utilizados por um companheiro de maior perícia no mesmo ramo. Se trabalha com a lei ou com a assistência médica, pode consultar e trocar informações com outros da mesma atividade. Se é um comerciante, deve continuamente pesquisar boas mercadorias passíveis de serem vendidas a preços mais baixos.”

Essa última lição é valiosíssima. Com certeza,  seja lá qual for o ofício que você exerce, sabe que existem cursos de aperfeiçoamento e especializações que o proporcionarão ganhos expressivos. As pessoas devem investir fortemente no melhoramento de suas capacitações técnicas.

As vezes, irracionalmente achamos que determinado curso é caro, e que não vale o dinheiro investido, mas gastamos com coisas supérfluas que nos trarão prazeres momentâneos e não acrescentará em nada na nossa vida. Se pegássemos esse dinheiro e investíssemos em educação e aperfeiçoamento os frutos desses investimentos poderiam aumentar em muito nossa renda mensal.

Após nos apresentar as sete soluções para a falta de dinheiro, são apresentadas as 5 leis do ouro:

Primeira lei do ouro

“O ouro vem de bom grado e numa quantidade crescente para todo homem que separa não menos de um décimo de seus ganhos, a fim de criar um fundo para o seu futuro e o de sua própria família”.

Devemos sempre nos pagar primeiro, se deixarmos para o fim do mês ou para o final da quitação de contas nunca sobrará dinheiro, uma vez que nossas necessidades, desejos e anseios sempre serão maiores que os nossos rendimentos. Pague-se primeiro, poupe aqueles 10% depois viva com os outro 90%.

Segunda lei do ouro

“O ouro trabalha diligente e satisfatoriamente para o homem prudente que, possuindo-o encontra para ele um emprego lucrativo, multiplicando-o como os flocos de algodão no campo”.

Não basta poupar. A verdade, é que apenas juntar todos os meses 10% do que ganha não levará ninguém a riqueza, procure uma forma de desenvolver e ganhar renda passiva, reinvista essa renda passiva e assim deixe de crescer de forma linear e passe a crescer em ritmo exponencial.

Sempre separo uma pequena parcela do meu capital para o que eu chamo de “oportunidades surpresa”, de vez em quando elas aparecem nas nossas vidas e não é muito raro. Nunca sabemos quando ela surgirá, por isso me controlo para não deixar 100% do meu dinheiro investido em coisas que não poderei sair facilmente, ou seja sem liquidez.

Quando a oportunidade surpresa aparece, tenho que estar com aquele pequeno montante separado, para depois de um estudo, agarrar oportunamente o cavalo encilhado passando na minha frente.

Terceira lei do ouro

“O ouro busca a proteção do proprietário cauteloso que o investe de acordo com os conselhos de homens sábios em seu manuseio”.

Para explicar esse lei do ouro, podemos emprestar uma frase cunhada por Nassin Taleb que virou até livro, o “Skin in the game”: aquele que o aconselha já chegou lá? Tem experiencia naquilo que o está orientando? Já perdeu e ganhou dinheiro naquela área na qual presta conselhos ou é apenas um teórico que conhece tudo no papel e na teoria mas não tem experiência prática naquele assunto no qual o está orientando?

Quarta lei do ouro

“O ouro foge do homem que o emprega em negócios ou propósitos com os quais não está familiarizado ou que não contam com a aprovação daqueles que sabem poupá-lo”.

Não invista em algo só porque é financeiramente atraente. Você tem experiência naquilo?, se não tiver, conhece alguém que tenha e possa aconselhá-lo?, está separando apenas uma fração do seu dinheiro para aquele empreendimento arriscado ou está arriscando tudo brincando de roleta russa com o seu dinheiro?.

Quinta lei do ouro

“O ouro escapa ao homem que o força a ganhos impossíveis ou que dá ouvidos aos conselhos enganosos de trapaceiros e fraudadores ou que confia em sua própria inexperiência e desejos românticos na hora de investi-lo”.

Cuidado com promessas fortes, quem aqui nunca se viu atraído por uma pirâmide financeira que apresenta ganhos irreais para o negócio apresentado? Desconfie quando alguém não consegue explicar a origem dos seus ganhos ou tem dificuldade para apresenta-los.

Se alguém lhe chamar para participar de alguma sociedade, verifique se a pessoa que te chama tem experiência na área e quais foram os negócios anteriores dos quais ela já participou e obteve sucesso. Atenção, existem verdadeiros farsantes que camuflam muito bem seus produtos.

Bom, esta foi a mensagem do homem mais rico da babilônia para você, se este rápido resumo te despertou a atenção, experimente o livro!.