Quando comparamos produtos ou ativos financeiros, temos que comparar os mesmos corretamente, ou seja, com o seu Benchmark que nada mais é do que a sua referência.
O Benchmark ajuda no entendimento do mercado financeiro e se determinado produto financeiro está tendo um desempenho bom ou ruim.
Para verificar o desempenho do ativo, a comparação com o seu benchmark não é o ÚNICO fator que deve ser levado em consideração, mas TAMBÉM levado em consideração, deu para entender né?.
Vamos para um exemplo prático com dois Benchmarks diferentes par você entender melhor:
CDI – Benchmark dos ativos de renda fixa
O primeiro deles é o CDI, ou Certificado de Depósito Interbancário, ele nada mais é do que o nome dos empréstimos que os bancos fazem entre si para fechar o caixa do dia no positivo.
Por determinação do Banco Central, todo banco deve fechar o dia com mais dinheiro entrando do que saindo dele (em outras palavras: fechar o dia com saldo positivo). Por diferentes motivos, nem sempre isso acontece (o número de saques no dia pode ter sido maior que o de depósitos, por exemplo).
Nesse caso, o banco precisa fazer um empréstimo para cobrir a diferença e deixar o caixa do dia positivo. Mas de quem eles pegam esse dinheiro emprestado? Dos próprios bancos. Como todo empréstimo, os bancos também pagam juros que, neste caso, são definidos pela Taxa CDI.
Ou seja, o CDI é uma taxa que reflete o quanto os bancos estão ganhando de juros por emprestar dinheiro para outros bancos.
O que você deve entender, é que quase todas as vezes que você comparar um produto de renda fixa ou um fundo multimercado você deve compará-lo ao CDI. É por isso que você ouve o tempo todo coisas do tipo: “tal produto rende 110% do CDI”.
Isso quer dizer por exemplo que, caso o CDI hipoteticamente esteja em 6% e um produto rende de 110% do CDI, este produto rende 110% de 6%, ou seja 6,6%.
É um hábito falar quanto se rende do CDI ao em vez da rentabilidade bruta do produto, você precisa se acostumar com isso.
Índice Ibovespa – Benchmark das ações
O segundo Benchmark que quero explorar com você é o índice Ibovespa e ele é utilizado para comparar normalmente ações ou fundos de ações. Através dele você consegue saber se esses investimentos estão obtendo um desempenho acima ou abaixo do esperado.
A título de curiosidade, nos últimos anos, menos de 10% dos fundos de ações geraram alfa sobre seu Benchmark (para quem não sabe, gerar alfa significa gerar mais retorno do que o seu Benchmark, exploro isso de forma completa em outra aula), o índice Ibovespa.
Isso significa que se você investisse o seu dinheiro no ETF BOVA11 (fundo que replica passivamente a variação do Índice Ibovespa – veja a aula só sobre ETF) que replica o Ibovespa, além de provavelmente ter ganhando mais do que a grande maioria dos fundos de investimento em ações, você não teria pago taxa de administração que costuma variar de 1,5% a 2% do capital investido (essa taxa sempre é paga, independentemente de o fundo apresentar lucro ou prejuízo), mas sim uma taxa menor que não passa de 1%.
Voltando a essência do título do nosso texto “O que é Benchmark – Compare corretamente), não compare quando rendeu as ações da Vale do Rio Doce com o CDI (benchmark dos ativos de renda fixa) ou o rendimento de um CDB com o índice Ibovespa (benchmark das carteiras de ações). Ações da vale e um conjunto de outras ações você deve comparar com o índice Ibovespa e o CDB deve ser comparado ao CDI.
O que você fazer também, é comparar por exemplo o retorno de dois benchmarks diferentes como o CDI x Ibovespa para ver quem na média tem dado maiores retornos: uma carteira de ações ou ativos de renda fixa.