CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é o nome dado às operações de empréstimos feitas entre os bancos (os juros dessas transações dão origem a uma tarifa chamada DI). Quando uma instituição fecha o dia com menos dinheiro do que começou, ela pega um empréstimo de outra instituição para fechar no positivo.
Isso é feito por conta de uma determinação do Banco Central do Brasil que diz que todas as instituições financeiras precisam encerrar o dia com mais dinheiro entrando do que saindo (na prática isso não acontece todos os dias).
O que posso te afiançar é que essa operação feita entre instituições financeiras têm reflexo nos rendimentos dos seus investimentos. Visto que diversas aplicações usam o CDI como referência para determinar o quanto elas irão render.
Certo, vimos que o CDI é o nome do título que os bancos negociam entre si, mas como um investimento que eu faço pode “render o CDI”?.
O que acontece é que o que os seus investimentos rendem na verdade é a Taxa DI, ou seja, a taxa de juros média que é negociada pelos bancos nessas transações interbancárias.
Então “Taxa CDI” é um nome que não existe na teoria, mas é a forma como as pessoas chamam no dia-a-dia do mercado financeiro e consequentemente o nome que acabou “pegando” ao em vez de “Taxa DI”, mas que no fim representam a mesma coisa.
Se alguém disser que o CDI atual é de 12% a.a (ao ano), isso significa que a taxa DI está aos mesmos 12% e vice-versa, acostume-se com isso.
Por que os bancos fazem esse tipo de transação?
O Banco Central determina que todo banco deve terminar o dia com mais dinheiro do que começou, ou seja, com saldo positivo. O seu objetivo é evitar o risco da quebra do Sistema Financeiro Nacional (SFN) em favor de dívidas da instituição.
Mas como sabemos, existem diferentes razões para que as instituições não fechem no positivo. Um exemplo é quando um determinado banco tem um número maior de saques do que de depósitos naquele dia.
Para cobrir essa diferença e manter seu caixa no positivo, esse mesmo banco precisa fazer um empréstimo. Mas, quem emprestaria dinheiro para um banco?. Exatamente, um outro banco, ainda que eles sejam concorrentes dentro do mercado.
Dessa maneira, além de proteger o sistema financeiro, os bancos também protegem o patrimônio de seus clientes.
Quanto o CDI rende?
As operações de CDI são feitas todos os dias. Por esse motivo, a taxa DI também é calculada pela CETIP (órgão que tem como uma das atribuições determinar o CDI) diariamente.
Caso você queira saber o valor da taxa DI hoje, é só acessar a página da B3. Nela, você encontra informações atualizadas das taxas e cotações do dia da consulta.
Para saber a taxa DI de dias ou períodos anteriores, é possível usar a Calculadora do Cidadão na página do Banco Central. Para isso, basta preencher o período para ter acesso ao valor percentual correspondente.
Você deve entender que muitos ativos financeiros de renda fixa tem seu rendimento expresso por: % do CDI. Assim se o CDI está em 5% e um determinado ativo rendeu 110% do CDI, significa que ele rendeu 110% de 5% que é 5,5%. Veja outros exemplos na tabela abaixo:
Valor investido | Taxa DI (popularmente: Taxa CDI) | Rendimento do ativo expresso pelo CDI | Rendimento Bruto | Valor total |
R$ 1.000 | 5,40% | 100% do CDI | 5,40% | R$ 1.054,00 |
R$ 1.000 | 5,40% | 120% do CDI | 6,48% | R$ 1.064,80 |
Fique atento, pois diversos investimentos de renda fixa tem incidência de IR e de outras taxas também, assim, do rendimento bruto e do valor total ainda tem que serem deduzidos essas taxas e impostos.
Qual é a relação do CDI com a taxa SELIC?
A Selic é a taxa básica de juros da economia. A cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM) determina seu valor. Esta taxa é a mais conhecida dos brasileiros.
O super destaque dela vem do fato de a mesma ser usada para as operações de empréstimos de instituições financeiras e Pessoas Físicas para o Governo Federal. Por exemplo: quando você aplica em títulos públicos do Tesouro direto, você (pessoa física) está nada mais, nada menos do que emprestando dinheiro para o Governo Federal.
A taxa DI e a Selic são muito parecidas, e seus valores estão sempre próximos. Isso acontece porque, caso a Selic esteja muito maior do que a taxa DI, os bancos preferem emprestar dinheiro ao Governo e não a outros bancos já que nesse caso sua rentabilidade será bem mais alta.
Da mesma forma, se a taxa DI estiver muito mais alta do que a Selic, isso também não é interessante para os bancos. Nesse caso, os rendimentos dos investimentos de renda fixa calculados com base nessa taxa ficam mais altos.
Além disso, os empréstimos entre bancos realizados por meio de CDIs também têm como referência a taxa Selic.
Por essa razão, apesar de as duas taxas não serem idênticas, elas seguem a mesma direção e tendência, estando ambas sempre bem coladas uma na outra. Tão colada e próximas que quando vemos gráficos mostrando a variação das duas taxas (Selic e CDI) a impressão que temos é que a linha que representa cada uma no gráfico se sobrepõe a outra.